A celebração da beatificação de Nhá
Chica, neste mês de maio, marca uma etapa do reconhecimento eclesial de
Francisca Paula de Jesus, nascida na fazenda Porteira dos Villela, num povoado
chamado Rio das Mortes Pequeno, distrito de São João Del’Rei, no início do séc.
XIX, filha de negra escrava e de pai desconhecido.
Ainda pequena, mudou-se com sua mãe e
seu único irmão, Theotônio, para Baependi, onde dois anos depois ficou órfã e
viveu até sua morte em 1895. Ali ficou conhecida como «mãe dos pobres».
A beatificação é a celebração do
reconhecimento por parte da Igreja de que Nhá Chica viveu em grau heroico
(acima do normal!) as virtudes cristãs e por isso alcançou a salvação eterna,
estando agora no céu, junto de Deus, podendo, assim, interceder por nós. Visto
que alcançou o objetivo de toda a vida cristã – a salvação ou a santidade – a
Igreja a propõe como modelo, pois reconhece no seu modo de viver um jeito
certeiro de chegar ao céu. No entanto, a Igreja sempre foi e é extremamente
prudente e em tudo depende de Deus. Por isso, dá um passo de cada vez e guia-se
pela ação divina realizada por meio do candidato aos altares. A beatificação é um
passo. Por ela – realizada após o reconhecimento de um milagre, ou seja, um
sinal de que ela de fato está junto de Deus e ele está de acordo com seu culto
– Nhá Chica poderá receber um culto público de veneração (Não adoração! Esta só
se presta a Deus Pai, Filho e Espírito Santo.), isto é, de reconhecimento de
sua exemplaridade em âmbito local (diocesano). Em seguida, caso o Senhor
confirme este passo com outro milagre realizado após a beatificação e a Igreja
o reconheça, ela poderá propor nossa bem-aventurada Francisca de Baependi como
modelo para a Igreja em todo o mundo, e isto será a canonização, a proclamação
universal de sua vida santidade.